quarta-feira, 24 de abril de 2019

Quem é contra a Lei Rouanet?

Você é contra a Lei Rouanet? Crê em mais essa bobagem do governo Bolsonaro?

Lei Rouanet não foi criada pelo governo Lula nem por esquerdistas (como alguns idiotas governistas tentam fazer crer), ela foi criada pelo governo Collor, em 1991 e é administrada pelo Ministério da Cultura que fiscaliza como as veras serão administradas. Não é joguinho entre amigos.

A Lei incentivou (e continuará incentivando) grandes espetáculos como shows, peças de teatro, documentários e cinema que, sem mesma não existiriam. E nunca, jamais, em tempo algum alguém recebeu essa fábula milionária que esse governinho fake diz. Imaginem, alguém tentando produzir algum projeto com uma verba de dez mil Reais, como querem os nossos governantes.

Ontem ainda, assisti Estrada 47, filme nacional, que conta a história dos pracinhas da FEB que, apoiando os exércitos aliados, desmontavam minas alemãs, durante a segunda guerra mundial. Com Daniel de Olveira, o excelente Julio Andrade, Ivo Canellas e o alemão 
Richard Sammel
 que, se não fosse a famigerada Lei não teria sido gravado que já participou de alguns prêmios no exterior e continua em cartaz levando o nome do nosso cinema ao mundo todo.


Alguns exemplos de obras financiadas pela Lei Rouanet:

A Casa de Areia, filme com Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Seu Jorge e Ruy Guerra (entre outros). Um filme que captou R$ 2,2 milhões e conseguiu atingir o valor completo. Foi apresentado em 14 países. 

Amélia, filme dirigido por Ana Carolina e inspirado na visita da atriz francesa Sarah Bernhardt ao Brasil, em 1905. Ana Carolina entrou com o pedido de incentivo ao filme em 1993, dois anos depois da criação da lei Rouanet e após muitas alterações no projeto, só foi autorizado em 1998 e exibido em 2000 - Foi liberado pela lei cerca de R$ 2,8 milhões, mas só conseguiram cerca de R$ 2,2 milhões. Mesmo assim, teve um relativo sucesso, na Europa. 

Bicho de 7 Cabeças, filme que alavancou as carreiras de Rodrigo Santoro e Othon Bastos, pelo seu sucesso nos EUA, custou apenas R$ 250 mil.

Carandiru, inspirado no livro “Estação Carandiru”, do Dr. Drauzio Varella, o filme, que possui direção de Hector Babenco, foi lançado em 2003. Ele trata as histórias ouvidas pelo médico dentro do Carandiru. Com projeto aprovado por  R$ 3 milhões, recolheu apenas R$ 1,8 milhões e arrecadou mais de R$ 22 milhões.

Central do Brasil, um dos mais exitosos exemplos do nosso cinema, teve aprovação de R$ 2,1 milhões, recolhendo apenas R$ 579 mil. O filme ganhou os prêmios Urso de Ouro (além de Urso de Prata de Melhor Atriz e o Prêmio de Melhor Filme – júri ecumênico), ganhou em Melhor Filme em língua não inglesa no BAFTA, além do Globo de Ouro de 1999 e foi visto por mais de 6 milhões de especadores, pelo munto todo. 

Chatô - O Rei do Brasil, filme que conta a história de Assis Chateaubriand e é baseado no livro homônimo de Fernando Morais, teve produção com pouco mais de R$ 5 milhões, sendo que o valor aprovado era de R$ 9,5 milhões. 

Deus é Brasileiro é outro exemplo de sucesso, teve aprovação para recolher R$ 2 milhões, mas conseguiu R$ 1,9. 

Dois Filhos de Francisco, filme que conta a história de Zezé di Camargo e Luciano, foi aprovado para recolher R$ 255 mil, mas apenas R$ 100 mil foram conseguidos. Mesmo assim, é até hoje, uma das maiores bilheterias do país.

Garrincha - Estrela Solitária, baseado no livro de Ruy Castro, conta a história do craque Garrincha, seu amor por Elza Soares e o vício que o levou à morte. Aprovado para R$ 700 mil, recolheu R$ 600 mil e fez uma bilheteria exitosa. 

Lisbela e o Prisioneiro, outro sucesso de crítica e público, teve aprovação de R$ 3,1 milhões, só recolheu R$ 1,1 milhão e alcançou mais de 600 mil espectadores. 

Olga - O Filme, conta a história da jovem judia alemã, militante comunista, que acaba virando a esposa de Luís Carlos Prestes. O filme teve aprovação de R$ 971 mil, recolheeu R$ 650 mil e levou 385 mil pessoas ao cinema só na estréia nos cinemas.


O Guarani, é um exemplo negativo. Obra baseada na ópera de Carlos Gomes, conta a história de Peri, um jovem goitacá que se apaixona por Ceci, uma jovem portuguesa. O romance é proibido e desafia as barreiras culturais da época. O filme dirigido por Norma Bengel recolheu R$ 2 milhões, sendo que foi autorizado cerca de R$ 2,9. Mas, em 2007, a Polícia Federal passou a investigar a diretora por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e apropriação indébita. Segundo a PF, Norma comprou um imóvel por R$ 260 mil, mas avaliado em mais de R$ 1 milhão. A compra foi feita logo após a captação da verba para a produção. O filme foi lançado em 1997, e após dois anos, o apartamento foi vendido para uma empresa sediada no Uruguai, representada por um ex-advogado dela. Com isso, o Ministério Público Federal entrou com ação, pedindo que ela devolva R$ 4 milhões aos cofres públicos.

Tropa de Elite é outro
exemplo de sucesso
Notou? Todos os lisados acima, nenhum arrecadou ou custou os valores da indústria cinematográfica internacional e são exemplos de sucesso. E qual deles teriam existiriam nos moldes que querem os "intendidos" da nossa cultura? Ah, e se não concorda, dá uma olhadinha no próprio site do Ministérios da Cultura. Eles não tem a mesma opinião que  presidente. Pra pensar... http://rouanet.cultura.gov.br/saibamais/


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